quinta-feira, 1 de março de 2012

Dia 3


Vertigem
Entrou na sala nova com aquele olhar de triunfo que se tem após grande conquista, sua secretária deu-lhe as boas vindas e um grupo de colegas chegou efusivamente para parabenizar-lhe pela promoção, ele sentia-se muito bem, apenas ficou um pouco chateado, sua antiga companheira de sala tinha ficado atrás dele na qualificação para aquele emprego, sentou-se em sua cadeira nova mas logo levantou-se para olhar a vista do 18° andar, não percebeu a janela aberta, pisou em falso e sentiu a mão em suas costas. A empresa agora tem a primeira vice-presidente mulher.
Alguns copos
O bar começava a esvaziar, as pessoas saiam para as festas, mas ele não queria saber de badalação, estava destruído por dentro desde que ela o deixou, sabia que bebida era a única razão, nunca negou seu alcoolismo, mas ela foi tão fria, saiu do bar de madrugada, bêbado e desorientado, no caminho pra casa passou em frente a dela, quis entrar e acabar com a dor que sentia, mas sabia que não teria a mínima coragem para fazer-lhe mal, não queria voltar para casa. Seu corpo foi encontrado por ela pendurado na varanda.
Prole maldita
Eles sabiam o que estavam procurando mas tambem sabiam que não era nem um pouco fácil de encontrar, aqueles malditos caçadores de diamantes tinham arrancado quase tudo das montanhas do norte, mas ainda restava uma esperança, entraram pelo grande veio na rocha, grande o suficiente para caber eles dois, o veio levava a uma pequena caverna, o primeiro a ir sentiu uma coisa esquisita como tecidos passando pela sua cabeça, ignorou, o segundo olhou para cima e mirou uma lanterna, milhares de pares de olhos fitaram a dupla e só o que sobrou foi a lanterna.
Chuva

Saiu tarde aquele dia, tinha ficado trabalhando até depois do horário já que tinha muito trabalho acumulado, entrou no carro um pouco molhado por causa da chuva intermitente, ele parou e pensou para onde iria, decidiu ir num drive thru e depois ia pra casa assistir algum filme de terror, um ótimo programa para uma sexta a noite, parou o carro na garagem, pegou a comida e subiu para o quarto, achou uma das janelas aberta, tinha molhado todo o chão, colocou a cabeça para fora pra ver se havia algo de errado, levantou-se, sentiu as garras entranhando-se nele, caiu morto sob primeira chuva do verão.


Mãos frias

Agasalhou-se, maldito ônibus que não passava, olhou para o lado e não havia ninguém naquela rua, olhou o relógio e já era mais de meia noite, do nada viu aquela moça sentando-se ao seu lado, ela usava uma roupa azul escuro e era muito bonita, ela cumprimentou-o e deu-lhe um sorriso, conversaram e nada do ônibus, ele a perguntou onde morava, ela apontou para um corredor de ruas, ele perguntou se podia deixá-la em casa, ela pegou sua mão, era fria como gelo, ela olhou-o nos olhos e disse que ele iria para casa com ela, levantou-se e ao olhar para trás tudo o que viu foi seu corpo sentado na parada, morto, frio.

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